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A HISTÓRIA

“Enquanto vagueava pelas ruas, sem tempo contado, encontro uma casa com especto de estar abandonada. Uma casa em madeira a decair, com a porta toda escancarada como que um convite, despertou-me curiosidade para nela entrar.

A madeira estava quase podre, rangia a cada passo que dava, lentamente, sem saber o que ia encontrar.

Um rato atravessasse-me no caminho, sustenho a respiração quase que grito e saio de la a correr, mas continuo a percorrer a casa na penumbra.

Tal é o meu espanto quando entro num quarto que está cheio de livros espalhados e ao fundo esta uma estante com livros todos empoeirados.

Com o isqueiro tento perceber que livros tratam e encontro umas velas caídas que acendo de imediato.

No chão está um grande atlas, entre livros policiais há um testemunho da primeira grande Guerra, mas um título ressalta-me a vista, o tesouro perdido nas pirâmides do Egipto, começo a folhear e perco me completamente com as horas.

Nisto oiço um grande ruído, olho em volta e vejo uma sombra na parede de uma velha corcunda com uma foice na mão, dou um salto e corro até debaixo das escadas, onde permaneço e percebo que esta a chover granizo. Tranquilizo quando me apercebo a causa do barulho, devia estar cansado e a fantasiar com todas aquelas estórias.

De repente entre rangidos e pedradas a velha corcunda bate me na cabeça, caio para o lado e quando acordo já estou com as mãos amarradas, arrasta-me para os fundos e enrola-me numa mortalha, e enche-me a boca de gaze impedindo-me de gemer e espernear. Quando estou bem enroladinho atira-me para dentro de uma caixa que me apercebo que tem a forma de caixão, começo a transpirar, os pensamentos saltitam num turbilhão que me levam ao pânico. Nas traseiras esta uma vara com peixe a secar, vejo uma pá, uma sacola e uma serie de ferramentas, o que ira este ser fazer comigo ?? enterrar-me vivo?! Perco os sentidos.

Acordo com as sirenes e a água a correr, jatos de água embatem nas paredes, os bombeiros pegam em mim, ainda meio atordoado, levam-me lá para fora, a casa estava em chamas e naquele momento sinto a angústia, quantas estórias por contar que se esvaeceram no ar transformadas no pó da cinza.”