Vídeo

Moving Sands

Noticias como esta sempre foram muito frequentes e continuam a ser:

“Macau: Aterros permitem aumentar área do território em 13%, para 31,1 Km/2”

Ano:

Video apresentado em Exposição Individual “doors and the space between you and me” inserido no projecto The Great Wall of Books . Grupo Welltheatre ,  Macau, evento promovido pelo Instituto Cultural de Macau e em Melbourne, Austrália, Federation Square.

Ano:

Video apresentado em Exposição Individual “doors and the space between you and me” inserido no projecto The Great Wall of Books . Grupo Welltheatre ,  Macau, evento promovido pelo Instituto Cultural de Macau e em Melbourne, Austrália, Federation Square.

Noticias como esta sempre foram muito frequentes e continuam a ser:

“Macau: Aterros permitem aumentar área do território em 13%, para 31,1 Km/2”

Macau, uma cidade – península com imprecisa superfície (4,8 Km2 há noventa anos; 4 km no seu comprimento máximo, 1690 metros na sua maior largura. Quando cheguei ao território em 1988, este tinha 16 Km2, hoje já vai em 26 Km2), sobre um chão em movimento expansivo, dito até há bem pouco, politica de terras, onde os aterros vão secando as baías, as pontes atravessando as águas e os istmos destruindo as ilhas, numa confusão entre a terra e o mar que também leva àquelas águas turvas das interpenetrações do poder burocrático com as forças vivas do negocismo, mercê da especulação imobiliária e da consequente compra de poder, para não falar nas areias para os aterros trazidas da vizinha China, de onde também vêm os principais compradores dos prédios que se vão construindo.

Esta é uma das realidades de Macau, com o vídeo Moving Sands quis precisamente retratar esse movimento de areias e terra onde a cidade se vai construindo sobre o mar. Por um lado, simboliza o movimento, o desenvolvimento e a necessidade de expansão do território, visto que o Bairro da Areia Preta é o local com maior densidade populacional do mundo. Por outro lado, há uma sensação de construção descontrolada e uma saturação de obras constantes para quem ali habita. O som do vídeo, para além do som do mar, que é reconhecível, tem uma presença do batuque das estacas, som de perturbação constante que acabámos por acostumar –nos e que acompanha o ritmo da cidade, da agitação que a caracteriza, como que se marcasse o passo, o compasso  das nossas vidas. Este movimento demonstra uma aceleração exagerada, uma pressa por crescer, movimentar, construir e desmanchar, voltar a fazer. Tanto que alguns dos aterros em Macau não cumprem com as normas essenciais e básicas que garantem a segurança de todas as infraestruturas que os integram.

Por exemplo, o tempo de espera necessário para que o aterro assente não é cumprido, o que leva a graves problemas públicos, passado algum tempo.

O Galaxy/StarWorld é o caso mais falado, pois terá de ser deslocado para outro sítio, dentro de 7 anos, ao que parece. Localizado num aterro junto ao Nape, o edifício está a inclinar-se e acabará por ser demolido.

Ao olhar para um mapa da península de Macau, um observador atento será capaz de reconhecer as múltiplas justaposições e sobreposições de malhas estruturais, com geometrias muito definidas e autónomas, devidas aos diferentes padrões de desenvolvimento e às diferentes organizações que a península e as suas partes foram tomando ao longo do tempo.

Reconhecemos as linhas de costa originais e as dos aterros sucessivos que as foram retificando ao longo dos séculos, os bairros da cidade, os últimos aterros e os eixos principais de penetração e comunicação entre as diferentes zonas da cidade.

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